O ‘sharenting'’ – união das palavras em inglês share (compartilhar) e parenting (paternidade) – pode ser definido como o compartilhamento excessivo, por parte dos pais, de imagens de crianças nas redes sociais. Cada vez mais comum, a prática exige cuidados.
Embora pareça inofensivo, o ato de compartilhar cenas da rotina do filho pode acabar virando um problema, seja pelo desconforto causado à criança quando ela crescer e começar a ter noção noção do conteúdo das imagens ou, pior, por cair numa parte obscura da internet – como páginas criminosas de apologia à p*rnogr*fia infantil, por exemplo.
É importante lembrar que, mesmo quando bebês, os pequenos têm o direito à privacidade garantido pelo Estado. Ou seja, os pais não são os únicos responsáveis pelas crianças e, portanto, não devem expor seus filhos de forma excessiva e nociva. Tanto o Estado quanto a sociedade podem intervir em caso de violação de direitos.
Os direitos das crianças devem, afinal de contas, ser assegurados desde o nascimento. E o direito à privacidade está incluído nisso. Veja algumas dicas de cuidados para não ter nenhum problema em relação à exposição de crianças na internet:
1. Não compartilhar fotos que contenham nudez
Aquela foto inofensiva de um banho, de uma ida ao banheiro ou de uma troca de fralda pode não despertar o mesmo sentimento de inocência e fofura que desperta nos pais. A internet está cheia de gente maldosa e fotos desse tipo podem servir para cyberbullying ou até ser munição para crimes virtuais envolvendo pornografia infantil e pedofilia.
2. Evitar fazer postagens com excesso de informações pessoais
Fotos que mostram, por exemplo, o condomínio onde a criança mora, a escola onde estuda ou os lugares por onde costuma passar devem, por segurança, ser evitadas. Nunca se sabe em quem estas informações chegarão.
3. Manter, preferencialmente, as publicações apenas para amigos próximos e familiares; e evitar hashtags ou outras ferramentas que façam com que as postagens cheguem a estranhos
Nossos filhos são lindos, sim. E queremos que o mundo todo veja isso. Mas, quando se trata de privacidade e segurança, quanto menos gente bisbilhotando, melhor. Ainda mais no caso das crianças, que precisam ter a sua privacidade e intimidade resguardadas, pois não podem tomar decisões por conta própria e expressar sua vontade.
4. Ensinar os filhos sobre privacidade desde cedo e, a partir de uma certa idade, permitir que eles opinem e participem das decisões
Especialistas estimam que, entre os quatro ou cinco anos, as crianças começam a ter uma noção maior das coisas, inclusive daquilo que as incomoda ou não. Portanto, ensine-a sobre privacidade e, a partir dessa idade, converse com ela sobre o que for postar, fazendo com que ela participe da decisão.
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